Um estudo feito por
pesquisadores da Unidade de Pesquisa Café e Coração, do Instituto do Coração
(InCor) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), mostrou
que os consumidores regulares de café têm melhor atividade antioxidante no
organismo e melhor desempenho em exercícios físicos. Além disso, o produto pode
prevenir doenças.
Nos
testes de esteira, os consumidores de café tiveram melhor performance atlética
e maior tempo de exercício. O resultado foi verificado também nos pacientes
coronariopatas, que não apresentaram nenhum evento cardíaco adverso, como
angina ou arritmias.
Segundo o diretor da Unidade Clínica de Coronariopatia Crônica do InCor, Luiz
Antonio Machado César, o estudo analisou 150 consumidores de café nos últimos
cinco anos e continua a ser feito em outras frentes. Foi avaliado o consumo
tanto por pessoas saudáveis como em portadoras de doenças cardíacas.
O médico disse que os
voluntários passaram três semanas diminuindo o consumo de café ou de outras
bebidas com cafeína, até ficarem uma semana sem tomar nada. “Nesse momento,
fizemos vários exames, monitoramos a pressão arterial, fizemos
eletrocardiograma durante 24 horas e finalizamos com um teste na esteira”.
Depois disso, os
voluntários receberam uma cafeteira, filtros e foram orientados sobre como
fazer o café que beberiam durante quatro semanas - 450 mililitros por dia,
cerca de sete xícaras e meia. O tipo de café a ser tomado, com uma torra mais
clara ou mais escura, era sorteado.
“Assim, fomos
alternando o tipo de café a cada quatro semanas do teste e a cada mês
repetíamos todos os exames, comparando que aconteceu com relação às torras que
todos tomaram. O que pudemos observar é que não houve nenhum impacto com
relação à arritmia, na variação dos exames de sangue”.
Machado
explicou que a pesquisa foi feita devido à controvérsia que existe sobre o café
fazer bem ou mal e sobre a cafeína ser uma vilã da saúde, apesar de o café não
ser só cafeína e sim ser composto por mais de 400 substâncias diferentes. “Há
vários estudos mais recentes no mundo que mostram que o café não tem impacto em
doentes cardiovasculares. Há outros estudos mostrando que o café está dentro da
qualificação dos antioxidantes, prevenindo doenças ou reduzindo seus efeitos”.
O
médico ressaltou que não há problemas em tomar de três a quatro xícaras de café
ao longo do dia, mas que não é recomendável beber o líquido em excesso de uma
vez, só devido à cafeína. “Ao beber muito café, de uma vez, só o indivíduo
ingerirá muita cafeína de uma vez só e isso é maléfico, mas o café como o
brasileiro está acostumado não faz mal nenhum”.
Os
estudos são feitos na Unidade de Pesquisa Café e Coração, do InCor, com a
colaboração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da
Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). Os testes também deverão
ser feitos com café do tipo expresso e com café descafeinado.
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